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Atuação farmacêutica é essencial no combate ao tabagismo

O profissional farmacêutico é atuante em todas as esferas da saúde e está presente em toda a cadeia do tratamento. Este profissional mostra seu valor, inclusive, com a orientação e conscientização sobre tabagismo, um problema social de saúde, que já atinge patamares preocupantes. Em combate ao (mau) hábito de fumar, o CRF-GO celebra, em 29 de agosto, o Dia Nacional de Combate ao Fumo. 

Instituído em 1986, pela Lei Federal 7.488, a data representa uma ação voltada para o controle do tabagismo, identificado como um problema de saúde no país. E visa reforçar ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. 

Segundo a farmacêutica e assessora técnica do CRF-GO Leiliane de Oliveira, a atuação bem sucedida do farmacêutico pode ajudar, e muito, no combate ao tabagismo. Ela explica que este profissional atua de várias formas, como orientação e acompanhamento ao paciente, uso de práticas integrativas e complementares para auxiliar o fumante a deixar o hábito e dispensação de medicamentos. 

Leiliane esclarece que, tanto na drogaria quanto no âmbito clínico, o paciente é orientado sobre os malefícios do hábito e o processo químico da nicotina. “A nicotina é uma substancia química no organismo e pode influenciar no medicamento que o paciente está usando”, afirma a farmacêutica. 

O publicitário Pedro Henrique Cardoso, de 26 anos, fuma desde os 16 e diz que pretende deixar o hábito. Ele revela que já recebeu orientação farmacêutica de um amigo sobre os malefícios do cigarro e da nicotina, mas nunca chegou a fazer uso de medicamentos para auxiliá-lo a deixar de fumar. “Esse meu amigo me explicou o quanto faz mal para o corpo, principalmente para o pulmão. Falou também sobre os efeitos dessas substâncias ao longo do tempo, pois pode causar até impotência sexual”, apresenta. 

O coordenador do Grupo Técnico (GT) de Trabalho em Drogarias do CRF-GO, Álvaro Paulo da Silva Souza, salienta que pacientes que fazem uso de substâncias como tabaco precisam de atenção especial por parte da equipe de saúde, em especial do farmacêutico. “Algumas classes de medicamentos têm interação com o tabaco, diminuindo o seu efeito farmacológico ou influenciando na eficácia do tratamento”, explica o farmacêutico.

Segundo Álvaro, medicamentos como morfina, propofol, alguns antiparkinsonianos, diazepam, clonazepam, lamotrigina, fluvoxamina, amitriptilina, nortriptilina, olanzapina, haloperidol e clozapina têm as ações alteradas pelo uso de cigarro. “Na maioria das vezes, o tabaco aumenta o metabolismo, eliminando mais rapidamente as substâncias e exigindo doses mais elevadas. Isso aumenta o risco de toxicidade, efeitos colaterais e menor adesão ao tratamento”, revela.  

Já Leiliane ressalta que o farmacêutico, ao dispensar medicamentos, deve fazer anamnese com o paciente para saber se este possui o hábito do fumo. Álvaro acrescenta que, devido ao grande risco de interações medicamentosas entre o tabaco, o farmacêutico se torna imprescindível nas orientações para esses pacientes. 

A farmacêutica, membro do Grupo Técnico (GT) de Trabalho em Práticas Integrativas e Complementares do CRF-GO e coordenadora do Grupo Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Joselma Dias, afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. 

Joselma explica que o projeto é composto por equipes multidisciplinares de saúde. E tem o objetivo de auxiliar fumantes, não só com medicação - adesivos, pastilhas, gomas de mascar e bupropiona -, mas também com grupos de conversa, palestras, orientação e uso de práticas integrativas, como acupuntura, florais e auriculoterapia. “A atuação do farmacêutico é indispensável nesses grupos, pois a dispensação do medicamento para auxiliar a deixar o hábito é realizada somente por farmacêutico”, conta Joselma. 

A coordenadora do grupo revela que alguns pacientes conseguem diminuir ou deixar o hábito apenas com o tratamento de praticas integrativas. “Tive um paciente que diminuiu a carga tabágica apenas com floral e auriculoterapia, mas quando foi utilizar o adesivo, voltou a fumar. Cada paciente tem uma resposta: ou ele cessa ou diminui o uso. Neste caso, especificamente, decidimos usar apenas o floral”, salienta. 

No grupo, o papel do farmacêutico se dá orientando sobre medicamentos que podem ou não ser consumidos, interações medicamentosas devido a ação da nicotina no organismo e orientação sobre o uso da fita antifumo. “A gente orienta o paciente a colocar a fita em regiões que não transpiram tanto. Não pode colocar esparadrapo por cima, pois a fita precisa respirar. Também desenvolvemos um trabalho de orientação sobre uso racional de medicamentos”, revela. 

O eletrorrebobinador Sérgio Luís Loiola Franco, de 40 anos, participa do Grupo Tabagismo há quatro meses. Ele conta que começou a fumar há 24 anos, mas já está há 23 dias sem praticar. Resultado este que só foi possível com auxílio da equipe multidisciplinar, especialmente dos farmacêuticos, que fizeram uso de práticas integrativas. 

“No começo, não estava muito confiante com a auriculoterapia, mas depois vi a melhora, a diferença e o alivio. Ajudou não só pelo cigarro em si, mas também com a ansiedade e estresse, causados pela falta. Além disso, a farmacêutica do grupo nos auxilia muito, pois instrui quanto aos medicamentos, conversa e orienta sobre os malefícios do cigarro”, revela Sérgio. 

Riscos
O consumo de derivados do tabaco causa diversas doenças, como câncer, problemas no sistema respiratório e cardiovascular, impotência sexual, aneurismas, úlceras, osteoporose e trombose. Também enfraquece o cabelo, reduz paladar e olfato, causa ressecamento e envelhecimento precoce da pele. A mulher fumante tem um risco maior de infertilidade, câncer de colo de útero, menopausa precoce e dismenorréia. 

Pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes -- os chamados fumantes passivos -- também correm sérios perigos. Podem desenvolver câncer de pulmão, doenças cardiovasculares e respiratórias, como a asma e pneumonia. Bebês de mães fumantes podem nascer prematuros ou com baixo peso. 

Dados
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta seja fumante, ou seja, 1,2 bilhão de pessoas, destas, 200 milhões são mulheres. Já o Instituto Nacional de Câncer (Inca) aponta que fumantes chegam a reduzir sua expectativa de vida em 20 anos. 

Devido às ações do Governo Federal, a frequência do consumo do tabaco entre os fumantes nas capitais brasileiras reduziu em 36%, no período de 2006 a 2018. Nos últimos anos, a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,1% em 2018, mas os números ainda são elevados e preocupantes. 

Outra pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em 2018, mostra que as mulheres se destacaram por fumarem menos que os homens, um índice de 6,9% para 12,1%, respectivamente. As capitais brasileiras com maior número de fumantes são Porto Alegre (14,4%), São Paulo (12,5%) e Curitiba (11,4%). Com menos fumantes, Salvador (4,8%), São Luís (4,8%) e Belém (4,9%). Em Goiânia, 8,8% da população afirma que possui o hábito de fumar. 
 

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