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Medo da Covid-19 causa aumento na venda de medicamentos

Em comemoração ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, conselhos de Farmácia divulgam levantamento para alertar sobre riscos do uso inadequado e orientar que farmacêutico seja sempre consultado

O medo do novo coronavírus fez explodir a compra de alguns medicamentos. O campeão do aumento nas vendas foi o ácido ascórbico, mais conhecido como vitamina C, amplamente difundido como "preventivo" da Covid-19 em fakenews. Os dados são de um estudo encomendado pelos conselhos de Farmácia de todo o País para embasar campanha pelo Uso Racional de Medicamentos, comemorado no dia 5 de maio. O levantamento foi feito pela consultoria IQVIA, que constatou um crescimento significativo na comercialização de alguns medicamentos relacionados à Covid-19 nos três primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Em meio a uma das maiores pandemias da história, a campanha dos conselhos de Farmácia pela proteção à saúde tem um recado simples e direto: “não entre em pânico e antes de usar qualquer medicamento, consulte o farmacêutico”.  Veja abaixo os dados de Goiás e do Brasil:



Além do aumento exorbitante da comercialização da vitamina C, também foi verificado um crescimento no consumo da vitamina D ou colecalciferole e da hidroxicloroquina sulfato, a qual foi atribuída a capacidade de curar a Covid-19. Em Goiás, a venda de hidroxicloroquina aumentou 72,97% nos três primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado e ficou acima da média nacional, que registrou crescimento de 67,93%. Foram pesquisados, ainda, os medicamentos isentos de prescrição que podem ser indicados para amenizar os sintomas leves da doença, como o paracetamol. No caso do ibuprofeno, as vendas caíram, provavelmente porque o medicamento, por um breve período, foi relacionado ao agravamento de casos da doença.

"Os porcentuais são uma clara demonstração da influência do medo sobre um hábito consagrado entre a população brasileira, o uso indiscriminado de medicamentos", adverte a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO), Lorena Baía. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) por meio do Instituto Datafolha, constatou que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros que fizeram uso de medicamentos nos últimos seis meses anteriores ao estudo, feito em 2019. Quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês, e um quarto (25%) o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

O CRF-GO alerta que qualquer medicamento oferece riscos. "Todos os medicamentos têm efeitos colaterais e alguns podem ser fatais", explica o diretor secretário do CRF-GO, Daniel Jesus, que é especialista e mestre em farmacologia. Mesmo os isentos de prescrição podem causar danos, especialmente se forem usados sem indicação ou orientação profissional. Dependendo da dose o paracetamol pode causar hepatite tóxica. A dipirona oferece risco de choque anafilático e o ibuprofeno é relacionado a tonturas e visão turva. Já o uso prolongado da vitamina C pode causar diarreias, cólicas, dor abdominal e dor de cabeça. E com a ingestão excessiva de vitamina D, o cálcio pode depositar-se nos rins e até causar lesões permanentes.

Os riscos são mais graves em relação à hidroxicloroquina, medicamento indicado para tratar doenças como o lúpus eritematoso. Da mesma forma que a cloroquina (indicada para a malária, porém disponibilizada apenas na rede pública), a hidroxicloroquina pode causar problemas na visão, convulsões, insônia, diarreias, vômitos, alergias graves, arritmias (coração batendo com ritmo anormal) e até parada cardíaca. O uso de hidroxicloroquina ou cloroquina em pacientes internados com teste positivo para o novo coronavírus ainda não tem evidências representativas. Portanto, se justifica apenas com supervisão e prescrição médica e passou a ser vendida apenas com retenção de receita, depois da corrida às farmácias em busca do medicamento.

Na campanha nacional pelo Uso Racional de Medicamentos, os conselhos de farmácia reforçam a importância da orientação do profissional farmacêutico durante a dispensação desses medicamentos, pois a desinformação é um inimigo tão poderoso quanto o novo coronavírus. A campanha, veiculada nas redes sociais e em veículos de comunicação nacionais, lembra ainda que os farmacêuticos sempre apoiaram a saúde em pandemias e estão na linha de frente do combate nessa também. Destaca ainda a participação histórica da categoria nesses momentos, no enfrentamento às doenças transmissíveis e na defesa da saúde pública.

História - Durante a campanha serão lembrados ícones da profissão, como o farmacêutico baiano Rodolfo Marcos Teófilo, graduado pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1875 e radicado no estado do Ceará. Sem apoio do poder público, Rodolfo Marcos Teófilo enfrentou duas epidemias de varíola, que vitimaram milhares de pessoas em Fortaleza e cidades do interior cearense, no final do século XIX e início do século XX. Em 1862, aprendeu as técnicas de produção da vacina e em 1901 passou a imunizar a população, contando com ajuda da sua esposa e de um auxiliar. Cuidou sozinho da vacinação em massa pelos bairros pobres de Fortaleza até 1903.
 

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