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Monitoramento da ferritina: um sinal de alerta silencioso no organismo

A ferritina é uma proteína fundamental para o metabolismo do ferro no organismo humano, atuando como reserva intracelular desse mineral essencial. Embora comumente associada à avaliação de deficiência ou excesso de ferro, os níveis séricos de ferritina podem refletir uma série de condições clínicas – de processos inflamatórios e infecciosos até doenças crônicas e neoplasias.

Segundo o farmacêutico bioquímico Hinderburg Cruvinel, coordenador do Grupo Técnico de Análises Clínicas do CRF-GO, a ferritina é uma ferramenta laboratorial poderosa que deve ser interpretada com cautela, considerando o contexto clínico do paciente. “A ferritina é tanto um marcador de reservas de ferro quanto uma proteína de fase aguda. Ou seja, pode estar elevada em situações inflamatórias e infecciosas, mesmo que as reservas de ferro estejam normais ou até reduzidas”, destaca.

O que é ferritina e por que sua dosagem é importante?
A ferritina é encontrada em quase todos os tecidos do corpo, especialmente no fígado, baço e medula óssea. Sua principal função é armazenar o ferro de forma segura e liberá-lo conforme a necessidade do organismo. A dosagem da ferritina no sangue fornece uma estimativa indireta das reservas de ferro no organismo, sendo essencial na investigação de distúrbios como:

-Anemia por deficiência de ferro

-Hemocromatose

-Doenças inflamatórias crônicas

-Doenças autoimunes e infecciosas

-Cânceres hematológicos e sólidos

Quando a ferritina está alterada: o que isso pode significar?

Ferritina baixa
Geralmente indica deficiência de ferro, o que pode levar à anemia ferropriva. Os sintomas incluem cansaço excessivo, fraqueza, queda de cabelo e baixa imunidade. É comum em mulheres com menstruação intensa, gestantes, vegetarianos restritivos e pacientes com sangramentos digestivos.

Ferritina elevada
Níveis aumentados podem não significar excesso de ferro. Segundo Hinderburg, “diversas situações clínicas podem elevar a ferritina, como inflamações, infecções, doenças hepáticas, doenças autoimunes e neoplasias”. Por isso, é essencial interpretar o exame junto a outros marcadores, como a saturação de transferrina e exames clínicos complementares.

Condições clínicas associadas à alteração da ferritina
Hemocromatose
Trata-se de uma condição genética caracterizada pela absorção excessiva de ferro pelo trato gastrointestinal, levando ao acúmulo desse mineral em órgãos como fígado, pâncreas, coração e articulações. A ferritina sérica costuma estar muito elevada, e seu monitoramento é essencial para guiar o tratamento, que geralmente envolve flebotomias terapêuticas.

Inflamações e infecções
Como proteína de fase aguda, a ferritina aumenta em resposta a inflamações sistêmicas e infecções crônicas. Isso ocorre pela ação de citocinas inflamatórias, como a interleucina-6 (IL-6), que estimulam a produção hepática de ferritina. Doenças como lúpus, artrite reumatoide e COVID-19 podem apresentar elevação da ferritina, muitas vezes de forma acentuada.

Neoplasias
Alguns tipos de câncer, como leucemias, linfomas e carcinomas sólidos, também cursam com ferritina elevada. Em neoplasias hematológicas, como leucemia mieloide aguda, a ferritina pode ter valor prognóstico. O aumento pode decorrer tanto da inflamação tumoral quanto da destruição celular com liberação de ferro.

Como a ferritina é dosada no laboratório?
A dosagem da ferritina é realizada por métodos de imunodiagnóstico que detectam a presença da proteína em amostras sanguíneas. Os principais métodos incluem:

-CLIA (quimioluminescência): técnica sensível e automatizada, amplamente utilizada em laboratórios clínicos.
-ECLIA (eletroquimioluminescência): ainda mais sensível que a CLIA, ideal para grandes laboratórios.
-ELISA (imunoensaio enzimático): método utilizado em laboratórios de menor porte ou para fins de pesquisa.
-RIA (radioimunoensaio): hoje em desuso devido ao uso de material radioativo.

Cuidados com a automedicação e a importância da interpretação profissional
Alterações nos níveis de ferritina exigem avaliação profissional qualificada. “É comum que pacientes tentem se automedicar com suplementos de ferro ao verem níveis baixos no exame, o que pode ser perigoso em certos contextos”, alerta Hinderburg Cruvinel. Somente com o acompanhamento de um profissional da saúde é possível garantir uma interpretação precisa e um tratamento adequado.

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